sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Paulo Pontes

Escola Cenecista João Régis Amorim
Disciplina: redação - concurso nacional
Aluno: Wilder Kleber Fernandes de Santana
3° ano do ensino médio

Paulo Pontes

Vicente de Paula Holanda Pontes, autor, escritor e dramaturgo paraibano, é de valiosa importância para a literatura Brasileira. Com uma linguagem bem-humorada, Paulo trata de temáticas populares, colocando em cena o homem brasileiro comum e os conflitos que urgem de sua situação atual. No palco em que ele dirige, a cena é denotada de costumes, convivência e influência social. De maneira crítica, discute os problemas e dificuldades do povo. Enfatiza, então, a subsistência como um tema decorrente da época. Por meio da retórica, dialogava com a população local, fazendo deste elemento sua característica de produção e agindo por meio de um método pedagógico, tentando fazer com que as pessoas enxergassem, por elas mesmas, a própria realidade.

Na sua primeira atuação em teatro, vê-se experiência e prática em “Os inimigos não mandam flores”, de Pedro Bloch. Participou, ao lado de grandes líderes, como Ferreira Gullar, da fundação do Grupo opinião e escreveu o texto de estréia em 1964. Apresentou, ainda, em João Pessoa, Paraibê-aba, antes de ingressar no grupo de dramaturgia TV Tupi.

Com uma série de produções, o seu primeiro texto para teatro o torna nacionalmente conhecido: Um edifício chamado 200. Partindo de uma temática popular em que as pessoas tinham a tentativa desesperada de ganhar na loteria para sair de uma vida medíocre, Paulo Pontes reformou e revitalizou a decadente comédia de costumes carioca. O sucesso da peça o fez ser procurado por atores e diretores.
Sua segunda produção foi redigida durante o período de internação para uma cirurgia, em que é focado o talento do autor em criar a comicidade a partir do dinamismo da ação.

Além de permanente batalhador pela liberdade de expressão, lutou incansavelmente pela regulamentação da profissão e esteve presente, em posição de destaque, em todos os movimentos que envolveram a classe teatral. Dotado de uma rara inteligência e uma brilhante lucidez, exercia uma liderança natural através de seu profundo pensamento, que se fez sentir através dos inúmeros ensaios que escreveu e das ilustres conferências que pronunciou.
Percebe-se que o campo de visão de Paulo era pautado na trajetória de um palco que abrigasse histórias da sociedade da época. Tal perspectiva pressupõe sua perseverança, seu reconhecimento é tomado assim que suas idéias se expandem internacionalmente.
Empenhado na luta por um teatro que chegasse até o povo, Paulo dizia que se sentia obrigado a tentar de todas as maneiras a reaproximação com sua única fonte de concretude, de conteúdo e até originalidade: o povo brasileiro. Para ele, era essencial o valor do povo no seu palco. Fazer com que a vida se fundamentasse e se desenvolvesse no valor do público brasileiro, o decoro da platéia. Entretanto, um país carente de tudo como o Brasil ainda não estava pronto para o sucesso. A reordenação estaria na adesão ao público.
Em 1973 estréia Dr. Fausto da Silva, texto de um homem que vende sua alma em troca do sucesso e cujo tema da concentração de renda no país foi inserido dentro de uma emissora de televisão. Em 1975, inaugura seu maior sucesso e dá um salto na sua carreira de autor teatral, ganhando prêmio o Molière de melhor autor, em parceria com Chico Buarque, pelo drama poético Gota d'água, tragédia de Eurípides. Com uma visão crítica do processo de exploração de uma humilde comunidade popular por uma fera da especulação imobiliária, alcança enorme êxito e recebe desde então numerosas montagens pelo Brasil afora. Integra hoje o restrito grupo dos clássicos da dramaturgia brasileira.
Aos trinta e seis anos de idade, em 1976, chega ao fim da existência este mestre literário, que, em todos os seus trabalhos, teve a preocupação de retratar o povo de seu país e exaltar âmbitos de gosto, cidadania e competência profissional.

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